Por vezes perguntam-me se já me caiu o umbigo. Hein!?! Mas é suposto que caia?! Vai cair?! E depois o que é que lá fica?! Fico perplexa e sem saber muito bem o que responder... o meu umbigo está cá e não dá sinais de que lhe vá acontecer alguma coisa... a menos que seja daqueles acontecimentos repentinos e que nunca se está muito à espera até que um dia, pumba, já foste!
Como sobre este assunto não estou ainda preparada para falar, por falta de informação acerca do mesmo, vou passar para outro, sobre o qual me sinto mais qualificada: o meu cordão umbilical.
A mamã parece que dizia que não ia ser capaz de tratar do cordão quando eu nascesse. Como em muitas outras coisas sobre as quais a mamã não se sentia qualificada a tratar, afinal ela não só foi capaz como se mostrou bem mais apta do que o papá! Voltando atrás, é importante que saibam que o papá se sentia muito mais preparado para tudo o que se relacionava comigo do que a mamã! no pensamento dele ia ser tudo fácil, enquanto que na mente da mamã ia ser tudo horrível e ela ou ia ter nojo ou medo de fazer ou tratar! Bem, tendo dito isto, a verdade é que eu nasci e o papá demonstrou-se assim como que... bem... mal preparado... inútil mesmo! Adiante, eu e a mamã ficámos sozinhas no hospital quando eu nasci, o que foi excelente para nos conhecermos e para a mamã tratar de mim sem pressões ou interrupções! Uma das coisas que teve de ser tratada logo desde os primeiros instantes foi mesmo o cordão umbilical. Para quem não sabe, o cordão tem de ser tratado sempre que se muda a fralda, e isso é algo que acontece muitas vezes... a mamã estava sozinha, sentiu que era capaz desde o primeiro instante e sem nunca ter chamado as enfermeiras para ensinar ou ajudar, tratou de mim desde o primeiro instante, sem qualquer hesitação, receio ou nojo. Na questão das fraldas, ajudou muito o facto de o meu cócó não cheirar mal! Na questão do cordão, bem, a mamã simplesmente começou logo a fazer o que tinha de ser feito! Até que ela se amanhou muito bem, para uma cagarela!!!
Quando fomos para casa já a mamã estava completamente à vontade comigo! O papá, todo jingão começou a ver a vida dele a andar para trás... primeiro foi o soninho, eu que era uma paz de alma, nem para comer acordava - sim, era um tanto ou quanto lorpa... - deixei o papá a arrancar cabelos, segundo ele porque eu chorava imenso e não o deixava dormir!!! Eu não o deixava dormir?! A sério ?! Eu?! Fraquinho... a mamã tentou explicar que eu era sossegadinha e não tinha chorado durante a noite, que havia bebés horríveis no hospital, sempre a chorar e a infernizar toda a gente. Eu não era um desses bebés!!! Mas o papá não queria saber, para ele tudo estava a ser demasiado stressante e a privação de sono era esgotante - que dizes agora papá, já sabes agora o que é privação de sono??? Mais uma vez... fraquinho!!
Bem, o papá, além de não conseguir dormir, sabe-se lá porquê, também tinha um verdadeiro pavor de tratar do meu cordão, achava aquilo um bocado... assim blhec! Lá se resignou a tratar uma ou outra vez quando me mudava a fralda, se a mamã não estivesse por perto claro, mas sempre assim sem tocar quase... o problema surgiu quando o cordão ficou preso só por um fiozinho, que aconteceu logo na primeira semana em casa! É que o papá já não me queria mudar a fralda, só para não ter de ver sequer o cordão; e a mamã, bem, a mamã voltou a ser a mesma cagarela de sempre!! Só dizia que não sabia o que fazer se o cordão caísse!! Olha mamã, liga ao Bruno a ver se ele te dava instruções, do género, pegas no cordão, diriges-te à cozinha, abres o caixote do lixo, pousas lentamente o cordão, não vá ele rebentar-te nas mãos!!!! Dahhhh!!!! Deixem de ser ridículos os dois!!! A fralda precisa de ser mudada e é um bocado ridículo ver-vos lutar para ver quem perde e a muda!!! Absolutamente ridículo. Tenho dois estarolas como pais!! Era só um cordão! Ele caiu da minha barriga e ninguém me viu fazer dramas!! Nem uma lágrima!!! Enfim...
Pronto, para que não fiquem por aí a vaguear toda a noite a pensar em como terá terminado esta saga: o cordão caiu sozinho quando tomei banho. Sozinho. Sem ninguém ver ou tocar!